ECONOMIA EQUILIBRISTA
O mundo econômico, apesar de complexo, sofre constante atração das forças equilibristas
segunda-feira, maio 13, 2013
sexta-feira, junho 29, 2012
A aparente contradição entre baixo desemprego e baixo crescimento do produto
Algumas teorias, que tentam explicar essa aparente contradição identificada no Brasil desde o início da crise dos subprimes, têm sido enunciadas por diversos economistas. Duas me chamaram a atenção:
(1) Fatores da oferta do mercado de trabalho (não me recordo quem teria levantado essa hipótese): A redução da taxa de desemprego -- U/(E+U) -- tem sido mascarada pelas diferentes taxas de crescimento das outras variáveis relevantes para sua formação -- População em Idade Ativa (PIA) e da taxa de participação.
(2) Realocação de recursos entre setores da economia:
Concordo com todas as exposições acima, no entanto compro mais a histórica contada pelo Pastore (pra curto prazo, enquanto que a da Monica valeria para um prazo maior). "Deixe eu lhes dizer..." o por quê. Em poucas palavras, a 1a história e me parece mais estrutural e, portanto, tenderia a se manifestar num prazo mais longo. No caso da versão da economista Monica de Bolle, apesar de também parecer mais estrutural e, portanto, de mais longo prazo, me parece um movimento que já estaria em curso há um certo tempo, logo não seria necessariamente isso que estaria causando essa aparente contradição. A história do Pastore me parece mais coerente por se tratar de um movimento de prazo menor.
quinta-feira, setembro 30, 2010
"Brasil, hoje o país da moda." Mas mesmo a moda acomoda!
"Estratégia fiscal
AMIR KHAIR - O Estado de S.Paulo
Herança: o novo governo parte de um patamar fiscal superior em relação ao herdado do atual. Os dois principais indicadores são o resultado fiscal (receitas menos despesas, inclusive juros) e dívida líquida do setor público (DLSP). Em 2002, o déficit fiscal foi de 9,6% do PIB e neste ano deve se aproximar de 2%. A DLSP ao final de 2002 estava em 52,2% e neste ano deve fechar em 40%. [O PRIMEIRO EQUÍVOCO DO AUTOR, A MEU VER, É A BASE DE COMPARAÇÃO! É NATURAL QUE SE FAÇA A COMPARAÇÃO ENTRE OS PARTIDOS -- PSDB vs PT --, MAS SERIA MAIS CORRETO E JUSTO UMA COMPARAÇÃO FEITA ENTRE O FIM DO 1o MANDATO LULA E O QUE O 2o PERÍODO DEIXA PARA O PRÓXIMO GOVERNANTE!]
Quatro fatos merecem destaque na comparação das despesas atuais do governo federal com as ocorridas no último ano de FHC: a) 90% da expansão das despesas foram devidas a políticas de transferências de renda (salário mínimo, Bolsa-Família, seguro-desemprego e benefícios assistenciais); b) a despesa de pessoal passou de 4,8% do PIB para 4,7%; c) o chamado "déficit" da Previdência Social estacionou em 1,2% do PIB e; d) os investimentos e inversões financeiras triplicaram.
É fundamental avaliar a evolução das despesas e seus efeitos sobre as receitas. As transferências de renda estimularam o crescimento econômico, ocasionando maior arrecadação e melhoraram os índices sociais e fiscais.
Fatores condicionantes: Para os próximos anos são possíveis crescimentos do PIB superiores a 5% e queda da taxa real de juros. Ambos decisivos para as finanças públicas. O crescimento baliza a receita pública, que cresce acima do PIB puxada pelo faturamento e lucro das empresas, massa salarial, redução da inadimplência e sonegação. A taxa de juros é que tem maior peso para alterar a despesa pública, como podemos ver a seguir.
Ajuste fiscal: Nos últimos anos, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, a despesa, exclusive juros, do setor público foi de 35% do PIB, sendo 57% de responsabilidade dos Estados e Municípios. Dos 43% de competência do governo federal, apenas 20% são passíveis de redução, por amarrações legais. Admitindo que se consiga reduzir 20% delas via gestão, se teria uma economia na despesa pública de 0,6% do PIB (35% x 43% x 20% x 20%).
Por outro lado, a despesa com juros é de 5,4% do PIB, pois temos a maior taxa de juros do mundo, o triplo (!) do segundo colocado. Se o Brasil tivesse uma taxa de juros a nível internacional, essa despesa seria de 1,8% do PIB, permitindo uma economia de 3,6% do PIB! Assim, o ajuste fiscal poderá alcançar 4,2% do PIB, sendo 0,6% nas despesas e 3,6% nos juros. A racionalização é mais demorada e difícil, mas terá de ser feita. Quanto aos juros, deve-se enfrentar a argumentação de que a Selic é alta por ser necessário sustar a elevação do consumo, que ocasiona a inflação. Vale discutir isso.
Combate à inflação: Para controlar a inflação é necessário ter meta de inflação e a máxima eficácia para atingi-la. Uma alternativa é: a) definir uma meta para 12 meses à frente e não por ano; b) assumi-la como compromisso de governo e não do Banco Central (BC), pois cerca de 70% da evolução dos preços independe do BC. [O SEGUNDO GRANDE EQUÍVOCO DO AUTOR É DESTINAR A RESPONSABILIDADE DA META DE INFLAÇÃO AO GOVERNO E NÃO AO BANCO CENTRAL. UMA DAS PILARES QUE FUNDAMENTAM O REGIME DE METAS É COLOCÁ-LA SOB RESPONSABILIDADE DE UM ORGANISMO INDEPENDENTE. E O QUE SIGNIFICA "SER INDEPENTE" AQUI? SIGNIFICA ELIMINAR A POSSIBILIDADE DE QUE GOVERNANTES USE A INFLAÇÃO EM BENEFÍCIO PRÓPRIO ESTIPULANDO METAS MAIORES QUE PERMITIRIAM UM AUMENTO NOS GASTOS PÚBLICOS.] Exemplo: preços administrados, commodities, alimentos, produtos importados, combustíveis e preços de monopólios, como o minério de ferro e; c) usar arsenal completo no combate à inflação, com políticas monetárias, tributárias, tarifárias, creditícias, alíquotas de importação e controle de preços sobre empresas com poder de monopólio. [A DEFINIÇÃO DE INFLAÇÃO É "ELEVAÇÃO CONSECUTIVA DE PREÇOS". O USO DE POLÍTICA TRIBUTÁRIA, TARIFÁRIA, CREDITÍCIA E ETC É INDEVIDA POR 2 MOTIVOS: (i) O PRIMEIRO É QUE SEUS RESULTADOS SERÃO PONTUAIS E NÃO "CONSECUTIVOS" SOBRE A DINÂMICA DE PREÇOS, (ii) E O SEGUNDO É QUE POLÍTICAS DESSE TIPO GERAM DISTORÇÕES DESNECESSÁRIAS. É CLARO QUE A ESTRUTURA DE MERCADO É RELEVANTE PARA A DETERMINAÇÃO DE PREÇOS, MAS A NATUREZA DA ESTRUTURA DE MERCADO É ALGO QUE NÃO DEVE MUDAR RADICALMENTE POR CONTA DE BENEFÍCIOS FISCAIS.]
Além dessa limitação do BC, a Selic é ineficaz para alterar o consumo, e seu elevado nível gera rombos nas contas externas, como é visto a seguir.
Descolamento: O nível elevado da Selic reduz a oferta e não atua na demanda, que é comandada pela massa salarial, nível de confiança do consumidor, oferta de crédito e taxa de juros ao consumidor, que se descolou da Selic desde que o governo passou a usar suas instituições financeiras para baixar as taxas de juros. Veja duas situações ocorridas. [ERRA O AUTOR AO DIZER QUE A ELEVAÇÃO DA SELIC AFETA SOMENTE A OFERTA! AS VARIAÇÕES DE JUROS AFETAM DEMANDA E OFERTA SIMULTANEAMENTE. O QUE PODE OCORRER É UMA DISTINÇÃO DO 'TIMING' DE REAÇÃO DE CADA CURVA. É PROVÁVEL QUE A OFERTA SEJA MAIS SENSÍVEL, MAS NEM POR ISSO A DEMANDA DEIXA DE SER AFETADA (REFLEXOS SÃO SENTIDOS COM UM PERÍODO DE 6 A 9 MESES)!]
1.ª) De dezembro de 2008 a agosto deste ano a Selic foi reduzida em 3 pontos porcentuais (p.p.), a taxa de juros para as empresas caiu 1,8 p.p. e para o consumidor 18 p.p. É isso mesmo, 18 p.p. Assim, as taxas de juros pagas pela empresas caíram apenas 60% da queda da Selic e as dos consumidores caíram 6 (!) vezes mais (18 dividido por 3).
2.ª) Neste ano, a Selic passou de 8,75% para 10,75%, subindo 2 p.p., com elevação de 2,6 p.p. para as empresas e redução (!) de 1,2 p.p. para os consumidores. [O AUTOR ESQUECE DE MENCIONAR 2 FATORES RELEVANTES QUE ACONTECEM EM PARALELO: (i) A CONSTANTE REDUÇÃO DA INADIMPLÊNCIA -- QUE PERMITE QUE OS BANCOS REDUZAM E/OU NÃO ELEVEM SUAS TAXAS PARA PJ's E PF's -- E (ii) A INCESSANTE CONCESSÃO DE CRÉDITO SUBSIDIADO POR PARTE DO BNDES QUE, QUEIRA OU NÃO, FORÇA AS TAXAS DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS A FICAREM MAIS BAIXAS. É ERRADO, TAMBÉM, ANALISAR COMO UM COMPONENTE DA DEMANDA REAGE À SELIC BASEADO NUMA ANÁLISE DE COMPARAÇÃO ESTÁTICA! NADA IMPEDE QUE ESTIVESSE OCORRENDO UM AJUSTE DOS PRÊMIOS DE RISCO NO PERÍODO ANALISADO PELO AUTOR.]
Se a Selic não serve para controlar a demanda, ela só está servindo para deteriorar as finanças públicas, elevando a dívida e os juros do governo federal, além de causar rombos nas contas externas do País. [VALE RESSALTAR QUE OS JUROS PAGOS NÃO SÃO RESULTADOS SOMENTE DO COMPONENTE DE PREÇO -- SELIC --, MAS TAMBÉM DE QUANTIDADE -- TAMANHO DA DÍVIDA, CUJA RESPONSABILIDADE PERTENCE AO GOVERNO! ALÉM DISSO, COMO A SELIC É UM INSTRUMENTO ENDÓGENO AO SISTEMA, SEU PATAMAR PODE SER JUSTIFICADO POR CONTA DO HISTÓRICO DE CALOTES E DE IRRESPONSABILIDADE FISCAL DO GOVERNO BRASILEIRO!]
Desperdício: Se a Selic continuar sendo 10,75%, vai causar uma elevação adicional nas despesas do governo federal de R$ 10 bilhões neste ano e de R$ 32 bilhões em 2011. Para evitar este desperdício, a ação imediata é conduzir a Selic ao nível internacional. Isso proporcionaria uma redução anual de despesas de R$ 130 bilhões, que equivale a 24% da despesa federal, ou 80% da despesa de pessoal, ou dez vezes o valor do Bolsa-Família.
Perspectivas: Crescimentos de 5%, com redução de 1 ponto porcentual da Selic por ano e superávit primário (receitas menos despesas, exclusive juros) de 1,8% do PIB, permitem obter ao final de 2014 equilíbrio fiscal e dívida líquida de 30% do PIB. Se o crescimento for de 4%, o superávit primário necessário é de 2,1% do PIB. Nos dois casos, as despesas com juros cairiam todo ano e em 2014 seriam de 1,8% do PIB, portanto, no nível internacional.
No entanto, três problemas ameaçam a questão fiscal: a emissão de títulos para uso do BNDES, a elevação das reservas internacionais e a política de controle do câmbio.
BNDES: As operações de empréstimos de R$ 180 bilhões ao BNDES elevaram a dívida bruta do governo federal e custo fiscal pela diferença entre a Selic e a TJLP. Foi necessário o primeiro empréstimo de R$ 100 bilhões em 2009, por causa da crise, mas é questionável o segundo de R$ 80 bilhões feito neste ano. De qualquer forma, as perdas ou ganhos dessas operações vão depender da evolução do diferencial das taxas de juros entre Selic e TJLP, dos lucros obtidos pelo BNDES e no adicional de tributos gerados a favor do governo, o que só poderá ser apurado no futuro.
Além disso, cabe discutir o uso desses recursos para: a) grandes grupos econômicos, que podem contratar empréstimos no exterior; b) estímulo à internacionalização de empresas brasileiras, se não existir restrição à desnacionalização, e c) fusões e aquisições, que reduzam competitividade e elevação posterior de preços, caso não existam condicionalidades que impeçam isso.
Reservas Internacionais: O Brasil atravessou a crise com reservas de US$ 203 bilhões. Atualmente, atingem US$ 270 bilhões, desnecessariamente, através de operações compromissadas do Banco Central, mediante emissão de títulos públicos, que atingiram ao final de julho 12% do PIB (!). Essas operações respondem pela maior parte da elevação da dívida bruta do País, têm custo fiscal maior do que os empréstimos ao BNDES por causa do diferencial de juros entre a TJLP e os títulos do Tesouro americano, mas não foram alvo de crítica como as dos empréstimos do Tesouro ao BNDES. Para atenuar as perdas fiscais dessas operações compromissadas, se deveria usar as reservas nos próximos anos para fechar as contas do balanço de pagamentos.
Câmbio: As contas externas estão deficitárias em parte por causa da valorização do real, que reduz exportações, facilita importações, viagens internacionais e remessa de lucros e dividendos ao exterior. A estratégia que tem adotado o governo para atenuar isso é comprar dólares pelo BC e agora pelo Fundo Soberano, elevando as reservas, que quanto maiores mais atraem dólares, frustrando a estratégia. Como parte ponderável da valorização se deve à elevada Selic, que atrai operações de arbitragem, a solução é a sua redução. Como o BC não fará isso, compete ao Ministério da Fazenda anular a ação do BC, elevando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e voltar a tributar com o Imposto de Renda o lucro dessas operações, eliminando/reduzindo as aplicações especulativas em ações e títulos públicos. Outra possibilidade é estabelecer um prazo de permanência das aplicações especulativas de estrangeiros em ações e títulos de renda fixa. [O CÂMBIO É UM COMPONENTE ENDÓGENO! O DÉFICIT DAS CONTAS EXTERNAS, PORTANTO, É RESULTADO DA ELEVADA DEMANDA NUM PERÍODO EM QUE O BRASIL TEM TIDO CRESCIMENTO ECONÔMICO EXPRESSIVO E OS PAÍSES AVANÇADOS -- DEMANDANTES DE NOSSAS EXPORTAÇÕES --.TÊM SUA DEMANDA EXTERNA RETRAÍDA! COM RELAÇÃO A POLÍTICA SUGERIDA PELO AUTOR -- USO DO IOF PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA --, É DIFÍCIL ACREDITAR QUE O USO DESSE INSTRUMENTO TERÁ ALGUM EFEITO SOBRE O LONGO-PRAZO, AINDA MAIS AGORA QUE O BRASIL É A BOLA DA VEZ (O QUE, POR SI SÓ, TENDE A ATRAIR CAPITAL E A RESULTAR NA VALORIZAÇÃO DO REAL).]
Resumindo: 1) Manter políticas de estímulo ao consumo para ampliar o mercado interno, o que garante nível adequado de crescimento econômico. 2) Estabelecer novo sistema de controle da inflação cuja responsabilidade passa a ser do governo. 3) Reduzir a Selic ao nível internacional para garantir de forma eficaz e rápida a maior parte do ajuste fiscal e racionalizar as despesas para completar o ajuste. 4) Tributar os investimentos estrangeiros especulativos, para reduzir a apreciação do real, o rombo nas contas externas e aumentar a arrecadação. 5) Parar com a emissão de títulos para empréstimos ao BNDES. 6) Usar as reservas para cobrir os déficits das contas externas.
Esses seis pontos poderão contribuir para o ajuste fiscal que o País terá de fazer para avançar em relação ao que foi feito até agora."
terça-feira, março 23, 2010
Câmbio e a Especulação Financeira
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
Geithner vs Moody´s
8 de fevereiro de 2010 | 19h17
Celso Ming
Hoje o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, desautorizouuma das mais importantes agências de classificação de risco, a Moody’s, ao afirmar, em entrevista à rede de TV norte-americana ABC,que jamais os títulos de dívida do Tesouro do país(T-bonds, também conhecidos por treasuries) perderão o rating AAA (cotação máxima).
Até aí já havia rolado uma longa história. Quinta-feira, em relatório, a Moody’s avisou que os T-bonds corriam o risco de serem desclassificados em consequência da forte deterioração fiscal dos Estados Unidos.
A Moody’s é uma dessas agências que se encarregam de examinar a qualidade de um título. Seu objetivo é avaliar as condições que tem uma dívida de ser paga pelo devedor no dia do vencimento, de acordo com os termos de contrato.
É perfeitamente compreensível que a mais importante condição que um devedor tem de honrar seus compromissos de dívida seja a saúde de suas finanças. No caso de um país, essa condição é determinada pela robustez fiscal.
De acordo com a Moody’s, a relação entre a dívida do Tesouro norte-americano e a receita do governo federal recuará de 429% no ano fiscal de 2010 para 394% em 2020, nível excessivamente elevado que não dá mostras de melhora confiável.
As principais agências de classificação de risco, entre as quais está a Moody’s, têm sido fortemente criticadas por graves vícios de procedimento e por uma série de avaliações desastrosas.
O vício de procedimento é o de que as avaliações dessas agências são pagas por quem as encomenda, ou seja, os próprios interessados na qualidade dos títulos. As coisas são assim desde que esse serviço começou a ser feito e não se vê nenhuma iniciativa para mudá-las.
As avaliações desastrosas ficaram escancaradas a partir de setembro de 2008, quando as autoridades e os próprios bancos passaram a dar tratamento de ativos podres a títulos de dívida cuja excelência havia sido reconhecida até dias antes por essas agências.
Quando vem a público e afirma com todas as letras que o rating dos T-bonds, títulos que o mercado considera como referência (benchmark), pode ser rebaixado por causa das dúvidas sobre a capacidade de solvência dos Estados Unidos, a Moody’s parece empenhada em recuperar a credibilidade que ficou abalada.
Rebaixar o T-bond significa reconhecer que centenas de outros títulos públicos e privados, como os da dívida da Alemanha, da Suíça, do Canadá ou da Microsoft (cuja confiança não foi até agora questionada), podem ter qualidade melhor do que a atual referência global.
Mas, se o secretário do Tesouro norte-americano avisa que o alerta da Moody’s é descabido e que jamais os treasuriesperderão o selo AAA, mais uma vez as avaliações da Moody’s são duramente questionadas.
E Geithner não deixa de ter a lógica a seu lado porque, apesar da dívida gigantesca e do rombo orçamentário colossal, os Estados Unidos detêm a prerrogativa de emitir a quase única moeda internacional de reserva.
Quer dizer, se houver uma rejeição dos treasuries pelos credores, em última instância os Estados Unidos os resgatarão com emissão de dólares.
Moody´s e a ilusão monetária
Moody's coloca rating dos EUA sob pressão
Autor(es): Michael Mackenzie e Gillian Tett, Financial Times, de Nova York e Londres Valor Econômico - 04/02/2010
A Moody's Investors Service lançou um aviso, ontem, segundo o qual a classificação de crédito soberano "AAA" dos EUA poderá ficar sob pressão, a menos que o crescimento econômico seja mais forte do que o esperado ou que medidas mais duras forem tomadas para combater o déficit orçamentário do país.
Em decisão que acompanha o crescimento da preocupação entre os investidores sobre o déficit americano, a Moody's afirmou que o país tem uma trajetória de crescimento da dívida "evidentemente em alta sustentada".
Steven Hess, diretor sênior de crédito na Moody's, disse que o déficit projetado na perspectiva orçamentária apresentada pelo governo Obama nesta semana não estabiliza os níveis de endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). "A menos que novas medidas sejam tomadas para reduzir ainda mais o déficit orçamentário ou que a economia reaja de forma mais vigorosa do que o esperado, o quadro financeiro federal, tal como apresentado nas projeções para a próxima década, em algum momento exercerá pressão sobre a pontuação de crédito 'AAA' dos títulos do governo", disse Moody's em nota sobre emissores de títulos.
Nesta semana, a Casa Branca previu déficit orçamentário de US$ 1,565 trilhão para 2010, o que representa 10,6% do PIB e é a proporção mais elevada entre dívida e PIB desde a Segunda Guerra Mundial. Embora haja previsões de estreitamento do déficit orçamentário, para cerca de 4% em 2013, isso, em parte, se baseia em que o crescimento econômico não caia abaixo das expectativas do governo e que o Congresso concorde com aumento de impostos e congelamento de gastos com despesas discricionárias não relacionados com segurança. O crucial está nas projeções de que a dívida total em relação ao PIB americano passarão de 53% em 2009 para 73% em 2015 e 77% até 2020.
A Moody's, no entanto, diz que isso subestima o nível de endividamento geral americano. "Utilizando a medida geralmente usada por governos internacionalmente - incluindo governos estaduais, municipais e o governo federal -, essa proporção será bastante superior a 100% em 2020." A questão do risco soberano dominou muitas discussões no Fórum Econômico Mundial de Davos na semana passada. Embora muita atenção estivesse centrada na crise fiscal grega, preocupações foram também expressas quanto às perspectivas em países como os EUA e Reino Unido.
"Todo mundo tem razão para, neste momento, estar preocupado com a economia americana e seu dólar", disse Tony Teixeira, vice-diretor da Government of Singapore Investment. "Continuamos julgando que a economia dos EUA é a mais diversificada e resiliente no mundo, mas está passando por um momento difícil." No centro das preocupações, a questão é se países como os EUA, com o seu crescente peso da endividamento, têm a vontade política, ou a percepção consensual, para tomar medidas decisivas para reduzir a dívida.
Moody's coloca rating dos EUA sob pressão
Autor(es): Michael Mackenzie e Gillian Tett, Financial Times, de Nova York e Londres |
Valor Econômico - 04/02/2010 |
A Moody's Investors Service lançou um aviso, ontem, segundo o qual a classificação de crédito soberano "AAA" dos EUA poderá ficar sob pressão, a menos que o crescimento econômico seja mais forte do que o esperado ou que medidas mais duras forem tomadas para combater o déficit orçamentário do país.
Em decisão que acompanha o crescimento da preocupação entre os investidores sobre o déficit americano, a Moody's afirmou que o país tem uma trajetória de crescimento da dívida "evidentemente em alta sustentada".
Steven Hess, diretor sênior de crédito na Moody's, disse que o déficit projetado na perspectiva orçamentária apresentada pelo governo Obama nesta semana não estabiliza os níveis de endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). "A menos que novas medidas sejam tomadas para reduzir ainda mais o déficit orçamentário ou que a economia reaja de forma mais vigorosa do que o esperado, o quadro financeiro federal, tal como apresentado nas projeções para a próxima década, em algum momento exercerá pressão sobre a pontuação de crédito 'AAA' dos títulos do governo", disse Moody's em nota sobre emissores de títulos.
Nesta semana, a Casa Branca previu déficit orçamentário de US$ 1,565 trilhão para 2010, o que representa 10,6% do PIB e é a proporção mais elevada entre dívida e PIB desde a Segunda Guerra Mundial. Embora haja previsões de estreitamento do déficit orçamentário, para cerca de 4% em 2013, isso, em parte, se baseia em que o crescimento econômico não caia abaixo das expectativas do governo e que o Congresso concorde com aumento de impostos e congelamento de gastos com despesas discricionárias não relacionados com segurança. O crucial está nas projeções de que a dívida total em relação ao PIB americano passarão de 53% em 2009 para 73% em 2015 e 77% até 2020.
A Moody's, no entanto, diz que isso subestima o nível de endividamento geral americano. "Utilizando a medida geralmente usada por governos internacionalmente - incluindo governos estaduais, municipais e o governo federal -, essa proporção será bastante superior a 100% em 2020." A questão do risco soberano dominou muitas discussões no Fórum Econômico Mundial de Davos na semana passada. Embora muita atenção estivesse centrada na crise fiscal grega, preocupações foram também expressas quanto às perspectivas em países como os EUA e Reino Unido.
"Todo mundo tem razão para, neste momento, estar preocupado com a economia americana e seu dólar", disse Tony Teixeira, vice-diretor da Government of Singapore Investment. "Continuamos julgando que a economia dos EUA é a mais diversificada e resiliente no mundo, mas está passando por um momento difícil." No centro das preocupações, a questão é se países como os EUA, com o seu crescente peso da endividamento, têm a vontade política, ou a percepção consensual, para tomar medidas decisivas para reduzir a dívida.
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
Avante Argentina!
Chefe do BC argentino relativiza autonomia
Fiel ao kirchnerismo, Marcó del Pont assume defendendo maior intervenção do Estado
"Acredito na autonomia operacional do Banco Central, mas não em sua independência total." Com essas palavras, a economista neokeynesiana Mercedes Marcó del Pont iniciou ontem sua gestão à frente do BC argentino, mostrando total alinhamento com a presidente Cristina Kirchner.
Marcó del Pont é conhecida por suas posições favoráveis à interferência do Estado na economia e defende o "aprofundamento" do modelo econômico da administração Kirchner. Seu antecessor foi o ortodoxo Martín Redrado, removido por Cristina por discordar do uso de reservas do BC para o pagamento de US$ 6,5 bilhões da dívida pública que vence neste ano.
Marcó del Pont disse que "a política econômica (do governo Kirchner) é consistente", fato que permitiu à presidente Cristina manter "o nível de reservas, o crescimento econômico e a expansão do mercado interno e das exportações". Ela relativizou a importância das reservas do BC ao afirmar que elas são "uma consequência da política econômica, e não a causa disso".
A economista afirmou que a política monetária e cambial aplicada nos últimos anos pela administração Kirchner "será mantida". Além disso, ela descartou os rumores existentes sobre uma eventual desvalorização da moeda, embora seja uma conhecida partidária de um dólar alto que estimule as exportações e a produtividade industrial.
Sua nomeação ainda deverá ser confirmada - ou rejeitada - pelo Senado. No entanto, os analistas políticos destacam que a discussão na Câmara Alta entre o governo e a oposição poderia levar vários meses. Enquanto isso, ela terá poderes totais para exercer suas funções, com o respaldo da presidente Cristina.
A nova chefe do BC é considerada "ultra-kirchnerista" pela oposição. Mas, apesar das divergências existe uma opinião positiva sobre sua capacidade acadêmica. Ela é considerada uma pessoa com a qual "é possível dialogar". Além disso, não está envolvida em suspeitas de corrupção, ao contrário de boa parte dos políticos ligados ao casal Kirchner. Julián Guarino, colunista do jornal El Cronista disse que Marcó del Pont tem uma personalidade "obstinada" e quer a presença do Estado "até em um prato de sopa".
quarta-feira, dezembro 02, 2009
Demanda sob a ótica Neoclássica
Um assunto que deve instigar muita gente é o velho embate econômico sobre qual seria o fator mais relevante: demanda ou oferta? Existe alguma relação de causalidade? Isso sempre me fez refletir muito, em especial pelo posicionamento neoclássico de que a oferta é quem determina o produto e, portanto, a demanda estaria subjugada!
Ao se colocar na posição de um empresário, alguém pode questionar esse tipo de abordagem e raciocinar da seguinte forma “afinal de contas, se a decisão de produção está diretamente ligada (e dependente) a demanda que se espera (e validada, de certa forma, pela demanda observada) que o consumidor realiza de seus bens, como é que a demanda pode ser classificada como fator passivo?”
Num primeiro momento isso pode não fazer muito sentido. No entanto, se olhada por um prisma distinto, essa colocação pode fazer sentido. Partindo desse contexto, creio que o cerne da questão seria o que se entende por “demanda”. Discorro sobre a demanda (sob a ótica neoclássica) dividindo em dois grandes blocos: (1) O que seria a demanda?; (2) Horizonte de Tempo envolvendo as questões de oferta e demanda.
(1) O QUE É DEMANDA?
1.1) Calcada nas idéias clássicas do auto-interesse individual -- e não do coletivo -- é que se caracteriza o desejo de consumo! É através deste que se mede o "bem-estar" (por mais conflituosa que seja a escolha da métrica usada para tal) do indivíduo. É a busca pelo máximo de "bem-estar", portanto, que define o desejo de consumir como o DNA do indivíduo neoclássico. O "bem-estar" seria traduzido pela cesta de consumo de bens, serviços e etc que o indivíduo conseguisse consumir de acordo com seu mix de preferência desejada. Ou seja, o desejo é por consumir sempre mais! (no “economês”, isso significa dizer que a utilidade é monotônica no consumo e que, portanto, na busca pela maximização da utilidade, mais consumo sempre gera mais utilidade)
1.2) Mas o que permitiria que uma elevação (ou retração) no consumo fosse observada?A resposta: flutuações na "restrição orçamentária" dos agentes econômicos. Se as pessoas desejam consumir sempre mais (pois isso aumenta seu bem-estar), consumirão sempre o máximo que sua restrição orçamentária permitir. É natural que as pessoas também levem em consideração que o futuro e, portanto, pensem em poupar (que também pode ser interpretado como “consumo futuro”). Ou seja, variações da demanda, partindo dos pressupostos neoclássicos, podem ser pensadas como oscilações na restrição orçamentária (presentes e futuras – mercado de crédito) das pessoas.
Prefiro pensar na demanda, portanto, como “gasto reprimido... reprimido pela restrição orçamentária (intertemporal)!”
(2) HORIZONTE (TIMING)
O elemento temporal também é relevante para tratar dessa questão entre oferta e demanda. Isso significa distinguir o curto e longo prazo.
2.1) Um trecho do blog de J. Bradford DeLong é interessante na medida em que aborda o assunto temporal distinguindo os efeitos em cada prazo considerado:
"I tell my undergraduates:
· At a time horizon of 0-3 years, be a Keynesian: the most important things are the fluctuations in unemployment, in real demand, and in capacity utilization.
· At a time horizon of 3-8 years, be a demand-side monetarist: you can assume (provisionally) that fluctuations in employment, real demand, and capacity utilization die out; the most important things are the fluctuations in the composition of real demand (investment vs. consumption vs. government vs. net exports) and in inflation- and deflation-causing nominal demand assuming (provisionally) stable growth of the economy's productive capacity.
· At a time horizon of 8 years or greater, be a sane supply-sider: the most important things are the processes of investment in physical, human, and organizational capital that raise the economy's productive capacity."
O que esse trecho significa? Basicamente que se faz necessário um posicionamento acerca das forças determinantes para cada horizonte de tempo.
O setor privado faz suas apostas (ao investir, consumir e poupar) sobre quais serão os resultados da economia. Grosso modo, no curto-prazo, vê-se claramente que a produção realizada muitas vezes supera ou não a demanda – justificando a existência de estoques (procurando sempre mantê-los em proporção adequada. Afinal, nada é de graça nesse mundo!). No entanto, no longo-prazo as expectativas de "sobras" (estoques) não devem existir, pois não seria racional das empresas produzirem além do que se espera para sua demanda – implicando que oferta e demanda devem se igualar.
2.2) Maiores discordâncias, imagino, devem envolver o curto prazo. O argumento que se escuta envolve a existência da ociosidade da capacidade produtiva. Este fato seria uma característica inequívoca de que a demanda é quem (mais) importa.
No curto prazo, a estrutura produtiva é fixa – visto que não se levanta uma fábrica da noite para o dia, mas isso toma tempo – e o insumo variável (mão-de-obra) é quem absorve (quase) toda variação que ocorre na economia. Mas que empresa, em sã consciência, teria em mente construir para manter sua fábrica ociosa? Na realidade, como os empresários trabalham de acordo com expectativas, o tamanho das fábricas têm uma relação direta com o que se espera de potencial de demanda pelos seus produtos. Em outras palavras, uma empresa define que uma fábrica será produzida para dar conta de demanda futura. Uma vez em funcionamento, a fábrica – que não pode ser produzida instantaneamente e a qualquer hora – teria de ter capacidade para absorver a demanda por, pelo menos, o tempo necessário para a construção de uma nova fábrica. Quanto menor for empreendimento (em termos de volume de produção potencial, tempo na construção e etc), mais rápido a empresa reagirá para investir em uma nova fábrica (supondo que a demanda mantenha o ritmo de crescimento inicial). Ou seja, a ociosidade hoje é expectativa de demanda futura.
A existência de “estoques” também é vista como argumento que invalidaria a idéia de que a oferta tem papel mais relevante. Ao tomarem decisões de quanto produzir, as empresas estão apostando em uma quantia de demanda por seu produto. Muitas vezes a empresa não acerta a quantidade demanda por seu produto. O reflexo disso é o aumento ou redução dos estoques. Caso a demanda seja menor, haverá um aumento dos estoques: a empresa, durante sua decisão de quanto produzir no próximo instante, levará em conta a quantidade estocada e, possívelmente produzirá menos (supondo que a expectativa de demanda se mantenha). Caso a quantidade demandada seja maior do que o previsto, para que a empresa não deixe de atender sua demanda, portanto, parece natural que o comportamento da estocagem seja racional e não desproporcional (aos seus custos financeiros – de estocagem – e de oportunidade – custo econômico). O estoque tem um papel importante na medida em que permite que as empresas acomodem – considerando suas limitações de produção no curto prazo – as flutuações nas vendas, reduzindo a insatisfação da clientela (ou seja, impedir que sua demanda seja perdida).
quarta-feira, novembro 11, 2009
Poupança, Investimento e a Relação de Causalidade na visão de mundo de Ortodoxos e Heterodoxos
Poupança e investimento
Antonio Corrêa de Lacerda*
Há uma evidência na economia de que para sustentar o crescimento é preciso garantir uma taxa de investimentos que proporcione uma ampliação da oferta, isto é, da infraestrutura e capacidade produtiva das empresas de forma a atender à elevação da demanda sem gerar gargalos e pressões inflacionárias, assim como a explosão do déficit externo pelo aumento das importações requeridas. Também fica claro que países que investem muito, como é o caso especialmente dos asiáticos, possuem elevadas taxas de poupança (de 30% a 40% do PIB).
No entanto, o que nem sempre é tão evidente é o que vem primeiro. Se os países que mais crescem o fazem porque foram capazes de gerar poupança para viabilizar o investimento ou, se ao contrário, a partir de taxas elevadas de crescimento isso puxou os investimentos e, consequentemente, a poupança. Para a macroeconomia ortodoxa a poupança é um pré-requisito para o crescimento. Isso exigiria anos, talvez décadas, para que se atingisse um nível ideal de poupança para financiar o investimento e o crescimento. Já para os heterodoxos é justamente a indução do crescimento acelerado que estimula o investimento, produz renda e, consequentemente, a poupança. Nesse segundo caso, a poupança é resultado do processo.
Há duas frentes de contribuições heterodoxas importantes nesse ponto, uma advinda da teoria e outra, da história de desenvolvimento econômico das nações. A contribuição teórica vem de John M. Keynes, cada vez mais citado na saída da crise, porém, ainda, infelizmente, muito pouco lido e interpretado. Para Keynes, ao contrário da ortodoxia convencional, a poupança não é um pré-requisito para o investimento e o crescimento econômico, mas justamente o oposto. Ou seja, o que estimula o "espírito animal" do investidor produtivo é uma expectativa firme de crescimento da demanda. Portanto, a palavra-chave no caso é a criação de fontes alternativas de financiamento e crédito que independam de uma poupança prévia, no sentido de privação do consumo. A viabilização do financiamento e do crédito propiciaria a criação de riqueza e geração de valor agregado, portanto, renda da qual uma parcela poderá se constituir em crescimento da poupança. A ressalva é importante porque muitas análises de inspiração ortodoxa apontam a carência de poupança como fator impeditivo do investimento e do crescimento.
Para o Brasil, por exemplo, sabidamente de baixa poupança, sair desse dilema será determinante para o futuro. Não há mais tempo a perder. É preciso ter o crescimento e o aumento do investimento como objetivos de política econômica e criar um ambiente favorável para o investimento privado.
O mercado de capitais, as fontes públicas de financiamento (BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, entre outros), o mercado financeiro, incluindo aí os fundos de pensão, os fundo mútuos e outros são importantes fontes de financiamento do desenvolvimento. O Brasil também tem uma experiência bem-sucedida de aproveitamento da poupança externa, especialmente o investimento direto estrangeiro para complementar suas necessidades.
As condições macroeconômicas são imprescindíveis, como câmbio competitivo, juros baixos e estrutura tributária adequada. Outro instrumento importante é a política de competitividade, leia-se política industrial, comercial e de inovação, que pode fomentar a geração de valor agregado local e exportações. O Brasil tem todas as condições de combinar ações que lhe sejam mais favoráveis ao desenvolvimento.
sexta-feira, novembro 06, 2009
Bolha Cambial - Nouriel Roubini, Folha de S.Paulo (3a-feira, 03/11/2009)
DO "FINANCIAL TIMES"
NOURIEL ROUBINI é professor da Universidade de Nova York e presidente da RGE Monitor.